Como é ser uma advogada "iniciante" na geração “eu que lute” feat. em tempos de pandemia?

Em resumo: algumas crises e luta, gente!

Finalmente consegui reorganizar meu tempo depois das jornadas de revisões-petições-acompanhamentos-cobranças de condomínio-mais petições-atendimentos via vídeo chamada-tia presente-filha presente-mais cobrança de condomínio-UFA!

Superado o rol de coisas que tiraram um pouquinho o meu foco da elaboração de conteúdo, venho até vocês compartilhar algumas experiências maravilhosas e que tem me ajudado bastante a passar menos perrengues causados por esse período de “início” na advocacia feat. pandemia da Covid-19.

Antes de começar, preciso dizer: esse é um texto sem romantismos!

Parodiando Caetano, só um recém formado verdadeiramente “sabe da dor e da delícia de ser o que é”! Não é tarefa fácil nos manter psicologicamente saudáveis, produtivos e felizes com nossas conquistas – ainda que aparentemente pequenas -, quando somos expostos a quantidades absurdas de “cursinhos” que prometem super resultados e acabam nos incentivando às avessas, fomentando comparações pouco justas com pessoas que supostamente conquistaram “tudo e mais um pouco” antes dos 23 anos (e não que isso seja um problema).

A verdade é que ao contrário do que muitos fazem parecer, não existe uma regra matemática para começos “maravilhosamente bem sucedidos” e assim como o meu começo, o seu também pode estar cheio de desafios. Por isso, é importante estarmos atentos a alguns comportamentos ou ideias que podem nos ajudar a passar por esse período de forma menos complicada.

Segura a onda que vai dar certo!

Primeiro: Escolha um (a) mentor (a)!

Ter ao seu lado alguém que quer te ver crescer, está disposto a te orientar de forma atenciosa e compartilhar um pouco da experiência profissional que tem, é essencial para a superação da temida insegurança do início. Comigo funcionou muito bem, e hoje, eu tenho a sorte de contar com uma mentora (e parceira!!) que foi minha supervisora de estágio em escritório de advocacia.

Vez ou outra, ela dedica um tempinho para fazer leituras das minhas peças, contratos e até me orienta com valores de honorários normalmente praticados.

Mas cuidado, sem tantos abusos!

Segundo: Faça parcerias!

Isso mesmo! Geralmente, quando somos lançados ao mercado de trabalho, não temos um número tãããããão extenso de possíveis clientes (a não ser aqueles parentes que insistem em nos consultar – gratuitamente – só para fazer aquele famoso teste do “será que sabe mesmo?”). Por isso, fechar parcerias com outros (as) colegas pode ser um negócio e tanto, principalmente quando você passa a tratar diretamente com um novo cliente, que até então era alguém desconhecido e dificilmente chegaria até você, se não fosse por meio da parceria.

Ao contrário do que muitos pensam, uma parceria saudável, com a repartição igualitária dos valores e tarefas, pode trazer além de retorno financeiro, a possibilidade de crescimento de atuação em áreas que você ou o (a) seu/sua parceiro (a) até então não possuía tanta prática ou familiaridade.

E de fato, nos últimos meses, os resultados dessas parcerias têm sido ótimos, inclusive, por me trazerem outras indicações profissionais e o aumento no rol de ramos do direito que eu costumava a trabalhar quando era estagiária, por exemplo. Como se fosse um novo desafio.

Firmar parcerias (boas) foi e tem sido um divisor de águas muito importante nesse período, principalmente para o meu bolso.

Terceiro, e não menos importante: tenha uma rotina diária, mas não esqueça do equilíbrio.

Ter um cronograma ou uma listinha com tarefas diárias é um método excelente para se manter produtivo e com a sensação de “opa, estou avançando”. Mas, é importante não se distanciar de uma rotina equilibrada, com distribuição de tempo para descanso e refeições (em horários adequados), por exemplo. Respeito e compreensão consigo próprio é um trunfo enorme para se manter bem e longe de crises de ansiedade.

Prezar por algumas horas de descanso entre uma petição e outra; um acordo e outro, é mega importante para manter a constância no trabalho, produtividade e a motivação. Sabedoria e equilíbrio são tudo.